Yin-Yang (os opostos)

As contrariedades do mundo

Nada existe sem seu oposto: frente-trás, alto-baixo, rígido-flexível... E esses pares de conceitos são o que chamamos de yin-yang. Yin representa aspectos da natureza como o negativo, o passivo e o feminino; e yang representa seus opostos, como o positivo, o ativo e o masculino. Os aspectos opostos precisam um do outro para existir, e nenhum deles é superior. Apenas tendemos a valorizar um mais do que o outro quando julgamos sem compreender (o que se denomina preconceito). O famoso símbolo do taoismo representa a relação entre o yin e o yang, que estão sempre se transformando um no outro.

Efeitos das contrariedades do mundo

Há opostos com efeito semelhante: ganhar dá-nos medo de perder o que ganhamos; perder dá-nos medo de perder o que restou. Há coisas que beneficiam seu oposto: um professor só pode ensinar o que sabe a um aluno que ainda não o aprendeu. Há coisas que se transformam em seu oposto: a vida esforçada no presente gera uma vida confortável no futuro; a vida confortável no presente gera uma vida muito mais esforçada no futuro. Há coisas que se confundem com seu oposto: quem é muito forte parece fraco, pois não exibe sua força por não temer seus inimigos; quem é muito sábio parece tolo, pois não deseja exibir sua sabedoria.

Há coisas com efeito contrário a si mesmas: ao olharmos o Tao, não o vemos; quando um sábio faz um favor a outra pessoa, alegra-se mais do que ela, mesmo que não receba nada em troca; o que é duro se quebra e o que é flexível se preserva; o que atinge seu auge decai; líderes autoritários são desobedecidos; se tentamos controlar alguém para mantê-lo em nossa vida, ele acaba indo embora; quem é humilde recebe admiração; se tentamos melhorar alguém de forma contrária a sua natureza, estragamo-lo ainda mais; as palavras de quem fala muito para ter atenção são as menos valorizadas.

Como usar as contrariedades do mundo a nosso favor

Assim como a utilidade de uma casa ou de um copo vem de seu espaço vazio, o valor das palavras que dizemos vem daquelas que deixamos de dizer, pois quanto mais palavras dizemos, cada uma recebe menos atenção. Então devemos agir com base nas contradições que conhecemos: precisamos saber quando falar e quando não falar; quando usar a força e quando usar a sutileza; ser decididos sem sermos arrogantes; ser líderes sem sermos autoritários; esforçar-nos no presente para ter conforto no futuro.

Como os opostos transformam-se frequentemente um no outro (o que é conveniente numa situação pode ser inconveniente noutra, o que é bondoso numa pode ser maldoso noutra...), para agir corretamente devemos ter visão abrangente e ser capazes de praticar atos opostos (como fazer tudo por alguém para ajudá-lo, ou deixá-lo fazer tudo sozinho para que aprenda). Devemos agir de forma compatível com cada situação em que nos encontramos, assim como a água toma a forma de cada recipiente em que seja colocada.