Felicidade

Felicidade é a condição de quem tem virtude, alguns bons amigos e bens materiais pelo menos modestos.

O que é a felicidade?

Características da felicidade

De acordo com Aristóteles, a felicidade é o bem supremo e o objetivo da vida, porque tudo que fazemos é por ela: não comemos pela comida em si, mas pela sobrevivência ou pelo prazer. E nos esforçamos para sobreviver e para ter prazer com a esperança de sermos felizes. Pessoas sem esperança de serem felizes às vezes acabam até desistindo da vida. Portanto, a felicidade é aquilo que torna a vida desejável e que tem valor em si mesmo (não por nos ajudar a conseguir outra coisa).

Dinheiro não é felicidade

Aristóteles nos explica que muitas pessoas têm uma ideia equivocada da felicidade. Quem a identifica com dinheiro, por exemplo, não pode estar certo, pois o dinheiro é apenas um instrumento para conseguir outros bens, que também não têm valor em si. Ninguém deseja roupas e carros caros por si mesmos, mas porque com eles alcança um certo status social, que por sua vez gera autoestima. E buscamos a autoestima acreditando que com ela seremos felizes.

Prazer não é felicidade

Quem identifica a felicidade com o prazer também acaba se enganando, porque se a felicidade é o bem supremo, não pode entrar em conflito consigo mesma; e nossos prazeres estão em constante conflito uns com os outros: alguns gostam de comer desenfreadamente, mas também gostam de se sentir magros. Outros gostam de estudar sem descanso, mas também gostam de estar descansados para renderem bem no estudo. Então acabamos selecionando, entre todos os prazeres, aqueles que acreditamos que nos farão mais felizes. Isso significa que o prazer em si também não é a felicidade.

Pistas para encontrar a felicidade

Com o que podemos identificar a felicidade, então? Aristóteles nos ensina que o bem de cada coisa está relacionado à sua função, e a função de cada coisa está relacionada ao que ela tem de mais particular. O bem de uma faca é cortar, pois sua maior peculiaridade é ser afiada. O bem de uma flauta é emitir um som bonito. E o bem de um corredor profissional é correr rápido. Mas a profissão é algo muito variável, e existe uma peculiaridade que separa toda a humanidade das outras formas de vida: a razão.

Portanto, a função do ser humano é viver racionalmente, e sua felicidade deve estar relacionada a isso. Mas só terminaremos de definir a felicidade na seção seguinte.

Como ser feliz?

Requisitos internos da felicidade

Como o ser humano é um animal racional, para ser feliz precisa viver de acordo com a razão. E uma boa forma de raciocinar é a seguinte: tudo que está em falta ou em excesso não está em sua situação ideal e, portanto, poderia melhorar. Isso significa que a perfeição se encontra sempre no meio termo entre a falta e o excesso. E, como a felicidade é o bem supremo, ela deve ser perfeita. Por isso a verdadeira felicidade está sempre na moderação. E ao meio termo exato entre a falta e o excesso, Aristóteles dá o nome de virtude.

Requisitos externos da felicidade

Mas, segundo Aristóteles, o ser humano também é um animal social. Por isso, para ser completamente feliz precisa se relacionar com outros seres humanos de forma saudável. Como a mente não vive sem o corpo, precisamos ainda de um corpo saudável para nos sentirmos bem. E a forma de ter relacionamentos saudáveis e um corpo saudável também é praticando a virtude (ou seja, a moderação). Portanto, os requisitos da felicidade são a virtude, a amizade e os bens materiais necessários para uma vida saudável.

Definição de felicidade

Chegamos, com isso, à definição de felicidade de Aristóteles: felicidade é a condição de quem tem virtude, alguns bons amigos e bens materiais pelo menos modestos.

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